Confira 5 jogadores lendários que nunca ganharam o Mundial de League of Legends

Na história do competitivo de League of Legends houveram vários jogadores que ficaram famosos pela conquista do título mundial, como é exemplo do Faker, que já ganhou o campeonato em 4 ocasiões jogando pela T1.

Porém, alguns jogadores atingiram o status de lendas dentro do competitivo mesmo sem alcançar esse marco, sendo considerados lendários pela comunidade por terem grande habilidade dentro do jogo, carisma, ou até mesmo sucesso regional em sua respectiva liga.

Pensando nisso, o Baserush preparou uma lista contando um pouco da trajetória de alguns desses jogadores e o motivo de serem tão respeitados mesmo sem o título do mundial na estante.

PraY

PraY é considerado um dos melhores atiradores da história do League of Legends. Sua constância, mecânica e sucesso na LCK garantem pra ele um lugar no hall da fama dos AD Carrys. Apesar de ter ficado próximo da conquista diversas vezes, ele nunca conseguiu ganhar o campeonato mundial.

No mundial de 2013 jogando pela equipe da Najin Black Sword, ficou na posição entre terceiro e quarto lugar, perdendo para a equipe que viria a ser seu principal carrasco nos anos seguintes: a SKT de Faker, que conquistou o primeiro título de seu reinado neste ano.

Pelo mundial de 2015, jogando pela KOO TIGERS, PraY conseguiu chegar na final da competição. Porém, assim como na LCK daquele ano, acabou caindo para a SKT por 3 a 1.

Em 2016, a história parecia se encaminhar de maneira diferente, agora como ROX TIGERS, a equipe montou um super-time para desafiar a dinastia da SKT. Com um time composto por Smeb, Peanut, Kuro e a clássica botlane PraY e Gorilla, a ROX conquistou o título da LCK em cima da SKT, os levando como favoritos ao título do mundial. No Worlds, contudo, a equipe acabou perdendo nas semifinais por um placar de 3 a 2 para a SKT, em uma das melhores e mais disputadas séries da história do campeonato.

Após isso, PraY conseguiu algumas conquistas interessantes, mas acumulou muitos resultados decepcionantes, inclusive ficando de fora dos mundiais de 2018 e 2019, que seriam os seus últimos anos como profissional. Como foi possível ver, foi um jogador que sofreu muito nas mãos dos times liderados por Faker e, para muitos, ele não ter conseguido vencer um campeonato mundial é uma grande injustiça.

Uma curiosidade interessante é que nos 7 mundiais que PraY disputou, ele foi eliminado para o time campeão em todas as edições.

Clearlove

O lendário caçador chinês Clearlove atuou, durante praticamente toda a sua carreira, pela equipe da Edward Gaming (EDG). Com isso, tornou-se ídolo da organização. Por lá, foi um dos principais pilares de uma verdadeira dinastia da equipe no cenário Chinês, conquistando diversos títulos da LPL e também de um MSI (2015).

Porém, sua trajetória não começou na EDG, mas sim na Team World Elite, ou Team WE, time onde conquistou o IGN Pro League Season 5 (2012). Na competição, participaram alguns dos melhores times do mundo da época, como a Moscow Five, Taipei Assassins, e, por fim, a Fnatic, equipe campeã mundial de 2011 e superada por Clearlove na final.

De maneira geral, Clearlove teve uma carreira extremamente vitoriosa, pavimentando muito bem o caminho da LPL para que liga viesse a ser o que é hoje, também conquistando alguns títulos internacionais no caminho. Porém, também acumulou resultados bem decepcionantes no Mundial, o que acabou manchando um pouco o seu currículo internacional. Hoje Clearlove atua na Staff da EDG, após passar um período como jungler reserva da organização.

Smeb

Smeb é até hoje considerado um dos melhores top laners que já passaram no cenário competitivo. Entre algumas características que possuía, destaca-se a mecânica surreal e a de ser um jogador extremamente completo, se tornando uma referência mundial na sua posição.

A carreira de Smeb foi marcada pela passagem em diversos “Dream Teams”, criados principalmente para desafiar a dinastia da SKT, e até conseguiram superar a equipe em algumas ocasiões na LCK, conquistando alguns títulos nacionais. Porém, no campeonato mundial sempre acabavam não conseguindo superar a equipe liderada por Faker. Em algumas dessas ocasiões jogando ao lado de PraY, conseguiu chegar a uma a final com a KOO Tigers em 2015 e a uma semifinal com a ROX Tigers em 2016, ambas sendo derrotas para a SKT.

Em 2018, a SKT, maior carrasco da carreira de Smeb, não participou do Mundial. Na ocasião, a KT Rolster de Smeb acabou perdendo pra campeã daquele ano, Invictus Gaming, por um placar de 3 a 2, em uma série disputadíssima. Os jogos foram marcados como sua última participação em um campeonato mundial antes de se aposentar, 2 anos depois após splits bem fracos com a KT, amargando inclusive um penúltimo lugar da LCK em 2019 e disputando relegation para não sofrer rebaixamento no campeonato.

Khan

Khan foi um dos melhores e mais carismáticos jogadores a passar pelo competitivo, tendo um estilo de jogo ultra agressivo e tendo como característica sua habilidade com campeões carry. O toplaner marcou passagem por grandes organizações da LCK e LPL.
A história de Khan é notavelmente marcada por suas performances quase vitoriosas em torneios internacionais. No MSI, foram três vice-campeonatos jogando pela Kingzone DragonX (2018), FPX (2020) e DWG (2021), e um terceiro-quarto lugar pela SKT em 2019. No campeonato Mundial, não foi diferente: frequentemente entre os favoritos, ele quase chegava lá, mas não conseguia erguer o troféu.

Em 2017, representando a Longzhu, campeã da LCK, Khan caiu diante da Samsung Galaxy, que acabou vencendo aquela edição. Em 2019, atuando pela SKT, Khan enfrentou a G2 na semifinal do Campeonato Mundial, assim como no MSI daquele ano, resultando em uma derrota decepcionante para os fãs da LCK.
Já em 2021, considerado o ano mais marcante de sua trajetória, Khan havia anunciado que seria seu último ano jogando, sua última tentativa de conquistar um campeonato mundial. Defendendo a então atual campeã mundial, a DAMWON Gaming, dominaram completamente a LCK daquele ano. Apesar de terem sido superados pela RNG no MSI por 3 a 2, eram considerados grandes favoritos ao título mundial.
Na disputa do mundial, venceram a T1 na semifinal por 3 a 2 e enfrentaram a EDG na final. A DWG rapidamente assumiu o controle da série, abrindo 2 a 1. A EDG brilhantemente virou a série para 3 a 2, se tornando campeã mundial e encerrando o sonho de Khan. Um documentário interessante sobre a história do jogador e sua trajetória em torneios internacionais foi produzido pelo canal Gbay99; veja abaixo:

Uzi

O nome mais conhecido, influente e marcante dessa lista talvez seja o de Uzi. Com sua mecânica sobrenatural, o atirador chinês é considerado um dos melhores e mais influentes jogadores que passaram pelo League of Legends até hoje.

Uzi impactou uma geração de jogadores e foi o principal nome no cenário chinês durante toda a sua trajetória. Seu estilo era marcado pela extrema agressividade in-game e por uma personalidade um tanto complicada. Como jogador, Uzi foi pioneiro e criador de várias mecânicas de ADC, tendo uma filosofia inflexível sobre a posição, destacando-se principalmente com hyper carrys. Ele acreditava que o valor de um ADC era medido pelo quanto ele carregava a equipe e pelo dano causado, o que refletia totalmente no modo como suas equipes atuavam, como o principal time de sua carreira, o Star Horn Royal Club/Royal Never Give Up, que adotava a estratégia “Raising the puppy”, que consistia em em fortalecer Uzi para que ele carregasse a partida.

Com seu estilo agressivo e ego elevado, Uzi era uma faca de dois gumes tanto dentro quanto fora do jogo. No início de sua carreira, seu estilo gerava muitas jogadas, mas também resultava de forma negativa. Com o amadurecimento tanto dele quanto da RNG, ele se tornou um jogador mais comedido e calculista.

Nos primeiros anos de sua carreira, iniciados aos 16 anos jogando pela Royal, conquistou um vice-campeonato no Mundial de 2013, perdendo para a SKT na final, e em 2014 outro vice-campeonato para a Samsung White, com uma derrota de 3 a 1.

Em 2015, Uzi saiu da Royal e foi para um dos primeiros Dream Teams da história do League of Legends, o OMG. Por conta de conflitos de ideias com outros jogadores do time, eles acabaram não encaixando e a equipe teve um resultado abaixo do esperado na LPL daquele ano e ficou de fora do Worlds. Ao longo de sua carreira, Uzi participou de mais algumas equipes que não funcionaram, muito devido à sua filosofia de jogo em que a equipe precisava jogar totalmente em função dele para que ele carregasse os jogos.

Em 2016, voltou para a RNG e foi com a equipe para o Mundial, onde foram eliminados pela SKT nas quartas de final. O mesmo ocorreu em 2017, na semifinal, em uma série muito disputada em que a RNG perdeu por 3 a 2 para a equipe coreana.

O ano de 2018 indicava o ápice da carreira de Uzi. Ganhou seu primeiro título de LPL e do MSI, a RNG chegou ao mundial como verdadeira favorita ao título, fazendo muitos acreditarem que Uzi finalmente alcançaria o topo do League of Legends. Entretanto, de forma surpreendente, a equipe de Uzi foi eliminada nas quartas pela G2 por 3 a 2, encerrando de forma melancólica o ano do jogador. Naquele ano, apesar da esperança do primeiro título de uma equipe chinesa no mundial ser com a RNG, a equipe da IG acabou brilhando e conquistando o campeonato, inclusive aplicando um dominante 3 a 0 na G2.

Depois disso, Uzi participou do mundial de 2019 com a RNG, onde caiu na fase de grupos. Em seguida, foi para a BLG, onde teve um mau resultado na LPL, o que resultou numa pausa em sua carreira. Recentemente, Uzi voltou a competir pela EDG, onde ficou muito próximo de participar do Worlds 2023, mas acabaram perdendo para a finalista do mundial Weibo por 3 a 1, encerrando sua carreira competitiva.

Desde o início de sua carreira, Uzi é considerado um verdadeiro herói para a gigante comunidade chinesa. Apesar de seus resultados serem considerados um pouco abaixo do que ele poderia ter alcançado, ele se solidificou como um dos maiores AD Carrys da história, sendo respeitado e lembrado até os dias de hoje.

Lucas Meier

Designer, redator e apaixonado por competição