VALORANT: “O Brasil é bom ou a LOUD foi boa?”, questiona Tixinha em entrevista exclusiva
Um dos principais casters do VALORANT no Brasil até 2023, Guilherme “Tixinha” Cheida escolheu arriscar neste ano. Nesta temporada se voltou completamente para a criação de conteúdo, se dedicando as lives e outras atividades após a saída da Riot Games. Em entrevista exclusiva para o Baserush, o streamer fala sobre os motivos da mudança na carreira, problemas enfrentados pelos times brasileiros na temporada e questionou se “o Brasil é bom no VALORANT ou a LOUD foi boa” com o elenco campeão mundial em 2022.
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Tixinha explica que sua decisão de deixar a posição de caster na Riot partiu da vontade em “fazer algo diferente” em sua carreira. “Tô em um momento da vida onde posso arriscar“, explicou. Caster da Riot Games desde o início do VALORANT, Guilherme Cheida deixou “algo muito estruturado para algo nada estruturado” com a aposta na carreira de criador de conteúdo.
A mudança vem rendendo bons frutos para o streamer, que afirma estar “bem feliz” com suas lives e com a comunidade que vem construindo. Hoje, Tixinha é streamer oficial da Leviatán, time do brasileiro Erick “aspas” Santos, e anunciou recentemente o “apadrinhamento” de equipe brasileira classificada para o mundial de Apeks, que começa no próximo dia 29 de agosto.
“Muitas coisas que eu não poderia fazer estando na Riot. Para mim, tudo é um novo caminho, um novo mundo, novas experiências que tô experimentando. Não tô arrependido. Eu ainda sou caster freelancer, caso suja uma oportunidade, algo bacana, que eu goste, eu faria“, completa.
Planejamento de equipes brasileiras foi “equivocado”
Na sequência da entrevista, Tixinha fala sobre o momento do Brasil no VALORANT. Segundo o criador de conteúdo, o momento vivido pela LOUD em 2022 foi muito importante para o crescimento da comunidade naquele ano. “Na maioria dos esports – tirando o LOL, que é uma super exceção – o desempenho do Brasil atrai audiência e público“, afirma Tixinha.
Entretanto, a série de mudanças que ocorrem no cenário competitivo oficial de VALORANT podem ter afetado o interesse do público, segundo o streamer. Em 2023, por exemplo, algumas das principais equipes do país – LOUD, FURIA e MIBR – deixaram o Challengers brasileiro para disputar o VCT Américas, liga franqueada criada pela Riot Games no ano em questão.
“Em 2023, o primeiro ano, tivemos LOUD campeã e MIBR e FURIA entendendo como seria a franquia e jogar lá fora. Acho que os times ainda estavam tentando se encontrar. Em 2024, a renovação dos times, principalmente FURIA e MIBR, foi ruim, a gente acabou se mantendo na mesma, acreditando em nomes que não eram mais relevantes para o cenário, que não estavam jogando tão bem.
A gente teve um desempenho abaixo, e quando as duas equipes tentaram arrumar a casa, foi tarde demais, não dava mais tempo. Então acho que foi um planejamento bem equivocado por parte das equipes brasileiras, todas, até a LOUD teve um planejamento ruim esse ano”, opina Tixinha.
“O Brasil foi bom no VALORANT ou a LOUD foi boa?”
Com aspas, Matias “Saadhak” Delipetro e Felipe “Less” Basso, a LOUD fez duas ótimas temporadas no VALORANT. Em 2022, conquistou o título mundial com um elenco que contava com Bryan “pANcada” Luna e Gustavo “Sacy” Rossi. Já em 2023, com a saída de ambos os atletas para a Sentinels, foi campeã do VCT Americas com duas revelações: Cauan “cauanzin” Pereira e Arthur “TuyZ” Vieira.
O bom desempenho não se repetiu em 2024, com a saída de aspas, levando a um questionamento pertinente de Tixinha:
“Infelizmente, a gente se engana, porque a LOUD foi o unico time brasileiro que conseguiu ter algo fora do Brasil. Ganhar algo, representar o Brasil, historicamente nenhuma outra equipes do Brasil conseguiu resultados expressivos. Então se pergunta. Será que o Brasil é bom no VALORANT ou a LOUD foi boa no VALORANT? Aqueles jogadores?”
Insegurança com o cenário brasileiro de VALORANT
Por fim, Tixinha ainda fala sobre a atual situação do Challengers Brasil, a liga brasileira de VALORANT. O streamer afirma que está “inseguro” com o futuro do campeonato:
“Sendo sincero, me sinto bem inseguro com o VALORANT brasileiro, o Challengers. Tinha esperanças de que seria um pouco melhor logo que sai, quando fiz as paradas do OLIMPO. Conforme o tempo foi passando, a gente parou de fazer coisas que fazia com o OLIMPO, o programa, apadrinhamento. O pessoal parou de transmitir, ficou só eu e Coreano fazendo o VCB.
A queda de um ano pro outro vem muito como reflexo do que foi a franquia. A franquia atinge demais o Challengers. Muito reflexo do que a Riot tá fazendo com o Challengers. Eu acho que franquia e Challengers podem coexistir, mas a Riot precisa fazer o Challengers ser mais interessante. Se nada mudar, eu acho que ano que vem vai ser pior ainda”
Veja a entrevista completa com outros trechos dessa conversa no nosso canal do YouTube:
Graduando de Comunicação Social na Universidade Federal do Pará. Escrevo profissionalmente sobre VALORANT desde 2023.